Cobiça estrangeira + Pé de guerra + Grandes desafios + O agravamento
Cobiça estrangeira
O já esperado sucesso da Conecta Sebrae Agrolab Amazônia trouxe uma certeza: o modelo veio para ficar. Cerca de 60 mil visitas a pavilhões com a possibilidade de contato direto com os responsáveis a qualquer instante nem sempre seria possível em feira presencial. Os leilões virtuais de gado, rodadas de negócios e experiências trocadas completaram o sucesso da Agrolab.
É preciso que as comunidades amazônicas privilegiem atividades positivas como a Agrolab, descoladas do ambiente de rancor, insultos e mau humor que turvam o debate sobre o clima e o futuro da Amazônia. A péssima imagem do Brasil não vem das atividades positivas e de sucesso empreendidas aqui dentro. Resultam do negacionismo improdutivo e da arrogância de não aceitar críticas, recusar o debate e a cooperação.
A tese da soberania nacional não funciona, porque não há uma só nação contra. Também é inútil a tese da “cobiça”. As críticas aos erros do governo brasileiro na proteção e aproveitamento da região vêm de estrangeiros que “cobiçam” a Amazônia ou a má imagem do país lá fora é um desastre causado aqui mesmo, por prevaricação e ineficiência? Considerando que o mundo inteiro cobiça o Vale do Silício, essa região deveria ter uma péssima imagem em todo o mundo, mas isso não acontece. A Amazônia é o nosso Vale do Silício. A péssima imagem do Brasil não é culpa de quem cobiça a Amazônia, mas de quem a maltrata.
.............................................................
Pé de guerra
Com posições antagônicas na capital, o prefeito Hildon Chaves (PSDB) e o govenador Marcos Rocha (Patriotas) começaram a se estranhar nesta temporada. O prefeito tucano é candidato a reeleição e o governador apoia Breno Mendes (Avante). Por conta das diferenças, até a máquina de asfaltamento emprestada pelo DER a gestão tucana por Confúcio foi retirada, sem cerimônia, de madrugada. Até suspeição de roubo foi registrada em BO. A rusga desgasta ambas as partes e os adversários comemoram a brigarada.
Vem de longe
A retaliação a prefeitos, possíveis predadores dos governadores, vem de longe. Jerônimo Santana, que foi prefeito de Porto Velho, asfixiou o seu vice que assumiu, Tomás Correia que foi tratado a pão e água. Jerônimo preferiu estabelecer uma relação de confiança, com um adversário, o prefeito Chiquilito Erse. O governador Piana também não deu mole para José Guedes, Valdir Raupp idem. Cassol e Carlinhos viviam às turras, Confúcio até que se entendeu com Mauro Nazif e agora Marcos Rocha e Chaves entram em confronto.
O congestionamento
Alguns setores da sociedade estão congestionados na disputa a vereança nos principais municípios rondonienses e esta fragmentação de votos poderá lascar a vida dos candidatos considerados competitivos. Chovem candidaturas na esfera militar, o segmento evangélico está repleto de postulantes, a área de saúde também, bem como a dos comunicadores. É tanto radialista e apresentador de TV, donos de jornais eletrônicos disputando a vereança, que a coisa pode desandar nas urnas.
Grandes desafios
Os 15 candidatos ao Palácio Tancredo Neves, sede do governo municipal, instalado no Prédio do Relógio começam a debater no horário gratuito os grandes problemas de Porto Velho sobejamente conhecidos pela sofrida população, como saneamento básico, com apenas a metade da população atendida recebendo água encanada e 4 por cento de cobertura de esgoto. O combate as alagações, um problema histórico que tem se prolongado por várias gestões. Saúde, educação, mobilidade urbana, aterro sanitário, nova rodoviária, centro de convenções, um novo plano diretor, etc, etc.
O agravamento
Ante o agravamento dos conflitos agrários em Rondônia, mais o assassinato de militares na região de Mutum Paraná, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) conclamou o Ministério da Justiça para resolver as questões e evitar novas vítimas no campo. Ao mesmo tempo, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) veio a Rondônia para colher subsídios a respeito na área conflitada a pedido do próprio presidente Jair Bolsonaro. O Numero1 deve ter aproveitado para gravar programas eleitorais para os aliados.
Via Direta
*** As candidaturas laranjas que povoaram os partidos políticos nas eleições de 2018 estão de volta. Muitos partidos recorreram ao expediente novamente para formatar os quadros partidários para disputa a vereança *** Já tinha adiantado nesta coluna que Vinicius Miguel, dando pinta de favorito e predador, seria vítima de fakes News na temporada *** Não demoraram para as armações ilimitadas aparecerem, mas acabou dando efeito contrário *** Explorando as mídias sociais, os candidatos da era da pandemia seguem em frente na disputa dos cargos eletivos *** O melhor espaço para o horário gratuito ficou para o prefeito Hildon Chaves (PSDB) em Porto Velho *** Vai precisar mesmo, porque o pau começa a cantar no tucano. Sorte mesmo foi o tucano barbudo escapar dos debates no primeiro turno *** Mas no segundo, o bicho pega.
MAIS LIDAS
Dólar ronda R$ 5,60 após dados de emprego dos EUA; Ibovespa sobe
Gaeco investiga esquema que movimentou R$ 316 milhões na Novacap
POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)
Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br