Cirurgia inédita usa pele de tilápia na reconstrução vaginal de mulher trans na Unicamp

25 de abril de 2019 432

Um procedimento inédito realizado na Unicamp, em Campinas (SP), com técnica desenvolvida no Ceará, usou a pele de tilápia para reconstrução vaginal de uma mulher trans que apresentou fechamento do canal após a cirurgia de redesignação sexual.

A técnica substituiu a do enxerto com parte do intestino, mais invasiva, demorada e com período de recuperação maior.

De acordo com o professor Leonardo Bezerra, da Universidade Federal do Ceará (UFC), responsável por criar o método e aplicação da pele de tilápia em procedimentos ginecológicos, a cirurgia realizada nesta terça-feira (23), no Caism, durou três horas, cerca de um terço do tempo do tratamento convencional, e foi um sucesso.

"A paciente está muito bem, já caminha e urina normalmente", explica.

No Ceará, cirurgias de reconstrução vaginal com a pele de tilápia já foram realizadas em mulheres com síndrome de Rokitansky, agenesia vaginal ou câncer pélvico.

Por conta do sucesso desses procedimentos, a paciente operada em Campinas havia procurado a equipe do professor Leonardo Bezerra, no Ceará. Moradora do Interior de São Paulo, ela não teria como se deslocar até Fortaleza (CE), e a cirurgia foi realizada no Caism.

Segundo Bezerra, o fechamento do canal provoca dores e impedia relações sexuais. O problema teria ocorrido após a cirurgia de redesignação sexual mal feita.

"O procedimento demorou três horas porque fizemos com calma, e também porque havia uma parte remanescente do pênis. A equipe do Caism fez a secção e depois concluímos a reconstrução", disse.

Fonte: G1