Chineses criam estirpe de coronavírus 100% letal em ratos humanizados. “Travem esta loucura”

Cientistas em Pequim, ligados ao exército chinês, criaram uma estirpe mutante de coronavírus que ataca o cérebro e tem uma taxa de mortalidade de 100% em ratos, avançou o jornal britânico DailyMail esta terça-feira.
O vírus clonado — conhecido como GX_P2V — foi usado para infetar ratos “humanizados”, isto é, geneticamente modificados para expressar proteínas humanas, precisamente para avaliar como o vírus poderia reagir em humanos.
Todos os roedores infetados morreram em apenas oito dias — “surpreendentemente rápido”, temem os especialistas.
Alta carga viral nos olhos e no cérebro
O vírus — alegadamente descoberto em 2017, na Malásia, em pangolins — foi clonado e armazenado num laboratório em Pequim, onde continuou a evoluir.
Ao que o artigo científico — publicado no dia 4 de janeiro no bioRxiv e baseado no estudo realizado pela Universidade de Tecnologia Química de Pequim — indica, o GX_P2V espalha-se pelo corpo de uma forma única.
Os oito roedores infetados com o vírus apresentaram sintomas surpreendentes: olhos completamente brancos, rápida perda de peso e fadiga. “Quantidades significativas” de carga viral foram encontradas no cérebro, pulmões, narizes, olhos e traqueias dos roedores.
Segundo o tablóide britânico, a carga viral nos pulmões diminuiu significativamente ao sexto dia de infeção, mas os cérebros dos roedores, altamente infetados, já tinham encolhido.
Os resultados sugerem que o vírus afeta inicialmente o sistema respiratório e migra posteriormente para o cérebro, ao contrário da covid-19, que provoca infeções no pulmão. Infeções cerebrais severas podem mesmo ser a causa da morte destes roedores, admitem os investigadores.
“Este é o primeiro relatório que mostra que um coronavírus relacionado ao SARS-CoV-2 pode causar 100% de mortalidade em ratos hACE2, sugerindo um risco de o GX_P2V se espalhar para os humanos”, concluíram os investigadores do recente estudo, que não parece ter qualquer ligação com o Instituto de Virologia de Wuhan da China, centro das teorias de fuga de laboratório em torno da pandemia que começou em 2020.
“Esta loucura tem de ser travada”
Especialistas e a própria equipa responsável expressam preocupação e admitem que há um risco de o vírus passar para humanos.
“É um estudo terrível, totalmente inútil cientificamente”, escreveu o especialista em doenças infecciosas da University College London Francois Balloux, no X.
‘Não vejo nada de interesse que possa ser aprendido ao infetar à força uma raça estranha de ratos humanizados com um vírus aleatório. Na verdade, imagino como tal coisa pode dar errado“, alerta.
Químico da Universidade Rutgers, em Nova Jérsia, Richard Ebright partilha da mesma opinião.
O professor alerta ao DailyMail para a “preocupante possibilidade de que parte ou toda esta pesquisa, como a pesquisa em Wuhan em 2016-2019 que provavelmente causou a pandemia de Covid-19, tenha sido realizada de forma imprudente sem o mínimo de contenção de biossegurança e práticas essenciais para a pesquisa com patógenos pandémicos potenciais”.
Gennadi Glinsky, professor de medicina reformado em Stanford, escreveu: “Esta loucura tem de ser parada antes que seja tarde demais.”