Câmara insustentável: vereadores de Cujubim torram mais de R$ 50 mil em Belém enquanto o povo dorme no trevo
Matilde tentou, de coração, acreditar que era exagero. Mas quando viu a papelada, o número de empenhos e o destino das diárias, ela não teve mais dúvida: a Câmara de Cujubim virou uma agência de turismo oficial bancada pelo povo.
A desculpa? Um evento em Belém do Pará, para onde os vereadores embarcaram como se fossem diplomatas em missão internacional. Só que em vez de diplomacia, o que se viu foi diária, inscrição e passagem — tudo no topo da tabela, claro.
📌 Cada vereador recebeu, em média, entre R$ 5.300,00 e R$ 5.943,00 em diárias.
📌 A inscrição no evento foi de R$ 800,00 por pessoa.
📌 A passagem aérea ida e volta para Belém pode variar de R$ 2.000,00 a R$ 4.500,00, dependendo da antecedência e da classe escolhida.
Somando tudo isso, Matilde concluiu que o passeio institucional custou aos cofres públicos em torno de R$ 50 mil reais, considerando os 5 vereadores confirmados:
• Haroldo Rodrigues Figueredo (Presidente)
• Jonas Cordeiro de Souza
• Renata Viana Ferreira
• Reginaldo Silva de Oliveira
• Jânio Rodrigues de Souza (Badeco)
Enquanto isso, famílias inteiras do Soldado da Borracha seguem acampadas no trevo de Cujubim, pedindo ajuda para não perder o pouco que conquistaram.
— Isso sim era destino de missão — disse Matilde. — Mas não renderia diária, nem hotel com café, muito menos chopp na badalada noite de Belém.
A crônica virou desabafo.
— Não é só a Câmara que ficou insustentável. É a paciência do povo.
Enquanto vereadores voam de avião, a dignidade dos moradores caminha a pé, sem diária, sem pouso e sem apoio. E a tal “representação legislativa” virou piada de mau gosto.
Matilde fecha seu caderno e diz, sem rodeios:
— O que está faltando em Cujubim não é dinheiro. É vergonha.
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