Cachaça: uma das bebidas mais consumidas do País agora ganha sabores

Hoje é o Dia Nacional da Cachaça. Derivada da cana-de-açúcar, ela é uma das bebidas mais consumidas do Brasil, só perdendo para a cerveja. Em Cachoeiro, a “birita” foi aprimorada e passou a ganhar novos sabores.
O processo de fabricação da cachaça Desapego ainda é bastante artesanal e é feito na residência da autônoma Kelly Cristina Elizeu da Silva, que começou com a produção em dezembro de 2016.
Kelly conta que tudo começou de forma despretensiosa, na intenção de beber com os amigos, porém a bebida foi caindo no gosto dos que experimentavam e acabaram a incentivando a produzir para venda. A produção ainda é pequena, são aproximadamente 30 litros por mês, variando em alguns períodos do ano.
“Eu mesma idealizei e comecei o projeto. A intenção era apenas beber com os amigos, mas foram esses mesmos amigos que começaram a incentivar a produção para a venda. Depois disso vieram as ideias para os sabores. Tive muitos erros, mas fomos acertando com as opiniões de quem comprava e melhoramos cada vez mais”, detalha Kelly.
O processo de decantação da cachaça não é feita por Kelly. Ela compra a bebida de terceiros e faz a parte de saborização, sempre dando preferência aos produtores da região. Hoje, totaliza dez sabores: banana, maracujá, abacaxi, coco, morango com pimenta, graviola, goiaba, café com especiarias, doce de leite e milho. A empresária prospecta novidade ainda para este ano.
“Nossos clientes dão sugestões e a gente tenta desenvolver. Algumas vezes dá certo, outras nem tanto. Já tivemos sabores que deram certo por um tempo e depois não houve mais demanda. Mas estamos buscando o tempo todo aprimorar tanto os sabores quanto a apresentação do produto”, explica a empresária.
A aceitação dos consumidores tem sido bastante satisfatória. Kelly conta que às vezes o sabor mais procurado é o que foi lançado recentemente, mas os de banana e maracujá estão sempre em alta, sendo os mais requisitados. “Algumas pessoas acham estranho antes de provar, pois não é algo que se vê por aí. Pode até acontecer, mas não tivemos nenhuma crítica negativa e isso deixa a gente com muito feliz”, finaliza.
Comemorações
Nem mesmo a crise abalou a exportação da bebida mais genuína do Brasil. Depois de três anos, segundo dados do Instituto Brasileiro da Cachaça, o IBRAC, as exportações voltaram a crescer. Somaram 4,62% em valor, totalizando 13,93 milhões de dólares, o equivalente, hoje, a algo em torno de R$ 43,4 milhões; e 7,87% em volume (8,3 milhões de litros). Mais de 60 países importam a cachaça ou aguardente de origem brasileira. Os principais são Alemanha, Portugal, Estados Unidos, França, Itália e Espanha.
Na última semana aconteceu o 1º Salão de Negócios e Congresso Brasileiro da Cachaça, no Centro de Convenções, em Vitória. Durante o Salão da Cachaça, 21 pequenos negócios participaram do encontro, com apoio do Sebrae, expondo seus produtos.
Entre os presentes estava Gilvandro Gava, produtor de cachaça no distrito de Burarama, em Cachoeiro de Itapemirim. Para ele, ações do tipo são de extrema importância para novos contatos e visibilidade do produto.
“As nossas perspectivas são de fazer contato e se mostrar, ter visibilidade. Nós tivemos várias empresas com qualidade, com condição de atender, todas com o paladar diferenciado e uma forma totalmente familiar. Isso nos dá condições de entendermos e evoluirmos para atender o mercado. A gente tem que acreditar e esses momentos são essenciais”, conta Gilvandro.