BYE BYE BRASIL. ATÉ NO FUTEBOL!

19 de outubro de 2023 144

O Brasil está se acabando aos poucos. 

Depois de passarmos, nos últimos quatro anos, pelo mais exacerbado retrocesso civilizatório de nossa história, constatamos dia após dia que a falta de um bem maior como alternativa nos levou a engolir um mal menor que nem de longe tem as respostas para evitar novos surtos de barbárie. 

Pelo contrário, o portador da faixa presidencial vê a realidade atual com a nuca, acreditando que a retomada de políticas que caducaram há pelos menos meio século vá resolver alguma coisa. 

Enquanto isto, com  seu governo submetido a um Congresso acima de tudo voltado para a satisfação do apetite pantagruélico da maior parte de seus integrantes por poder, riqueza e privilégios, Lula não passa de um pobre fantoche fingindo canhestramente ser ele quem manda. 

centrão nem se preocupa mais em salvar as aparências. Então, os poucos brasileiros perspicazes já percebem claramente que é com esse bloco imantado por interesses vis que o poder econômico conta para impor o cumprimento de suas determinações.

Tudo está tão desalentador que o primeiro filme no qual pensamos, ao indagar-nos sobre qual película refletiria melhor o que este gigante eternamente adormecido se tornou, não pode ser outro: Bye bye Brasil (d. Cacá Diegues, 1979)


É sobre os mambembes que entretinham o povo dos grotões antes da imposição avassaladora dos padrões (ou seria melhor dizer grilhões?) televisivos.

De quebra, a Caravana Rolidai percorre a Transamazônica, de tão triste memória, chegando próxima de onde aconteceu uma das maiores tragédias brasileiras. "Quando eu me banho no meu Araguaia/ e bebo da sua água sangre fria, / bichos caçados na noite e no dia/ bebem e se banham, eles são comigo", cantou o cearense Ednardo.

Destaque para José Wilker num de seus melhores papéis. Foi um ator vitimado pelo toque de sadim de uma TV globalmente nociva: desperdiçou seu talento em telenovelas e em produções cinematográficas com estética de telenovelas, acabando por não deixar nenhuma verdadeira obra-prima para trás.

Enfim, sua atuação como Lorde Cigano é uma das que guardo com carinho em minhas lembranças de cinéfilo. Espero que ocorra o mesmo com vocês.

Por último, não vejam em mim nenhuma intenção de aludir à atuação do escrete brasileiro contra o Uruguai. A escolha do filme para ver no blog de hoje foi mera coincidência. Acredite quem quiser... (por Celso Lungaretti) 

Fonte: CELSO LUNGARETTI
A VISÃO DEMOCRÁTICA (POR CELSO LUNGARETTI )