Butantan pode oferecer até 100 milhões de doses da Coronavac para o governo federal

Tudo leva a crer que o governo federal, depois de tanto falar da vacina chinesa, terá o imunizante em seu portfólio. Dessa forma, o Instituto Butantan, quem produzirá o imunizante no Brasil, poderá oferecer até 100 milhões de doses da Coronavac para o Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.
Inicialmente, o contrato em negociação, que pode ser assinado nos próximos dias, prevê uma compra pelo governo federal de 45 milhões de doses da vacina contra a Covid-19. Todavia, de acordo com o jornalista Valdo Cruz, da “Globo News”, o instituto teria condições de entregar até 100 milhões de doses, isto é, 55 milhões a mais do que está sendo acertado nesta primeira etapa.
Nesse sentido, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pediu ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que envie, se possível até sexta-feira (18), uma carta de intenção de compra das 45 milhões de doses da CoronaVac.
O pedido de Doria pelo documento, formalizando a opção de compra da pasta, em caráter irretratável e sem mudanças, acontece porque uma decisão anterior do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) desfez a intenção de uma eventual parceria com o Butantan, pois o chefe do executivo já disse, abertamente, que não confia no imunizante produzido de uma empresa chinesa.
Além disso, de acordo com a jornalista Andreia Sadi, também da “Globo News”, Bolsonaro vê Doria como um adversário na disputa pela presidência em 2022 e por isso teria resistido em comprar a CoronaVac, que será o imunizante principal aplicado pelo estado de São Paulo.
Todavia, desta vez, segundo o Ministério da Saúde, não haverá recuo, principalmente depois de a vacina ter sido incluída no Plano Nacional de Imunização. Nas palavras de interlocutores de Pazuello, segundo Valdo Cruz, “não tem volta”, e o presidente “está de acordo”.