Brasileira que pode ser deportada dos EUA por arrancar boné de fã de Trump é bolsonarista

Da piuaí:
Quando a campainha tocou naquela manhã de domingo na casa de Rosiane Vieira Santos, de 41 anos, no estado americano de Massachusetts, ela ergueu as sobrancelhas bem delineadas e pediu para a mãe: “Se for repórter diz que eu não posso falar, não deixa entrar!” Era o marido da brasileira, o americano Emmanuel Desir, de 39 anos, que havia esquecido a chave e ficara trancado do lado de fora. “Tá todo mundo com a cabeça fora do lugar por esses dias”, comentou Rosiane, e prosseguiu a entrevista com a piauí na sala de casa.
Assustada com a repercussão do caso que a tornou protagonista involuntária de todos os canais de notícia da região, a imigrante nascida em Mantena (MG), foi orientada pelo seu advogado a evitar a imprensa local, que bate todos os dias à sua porta, deixando bilhetes com pedidos de entrevista. Todos querem saber qual será o destino da brasileira que acabou presa após arrancar da cabeça de um jovem americano um boné com o slogan da campanha de Donald Trump, Make America Great Again. Na esteira da polêmica, foi acusada de viver ilegalmente nos Estados Unidos por 25 anos e, agora, corre o risco de ser deportada.
“Não consigo entender como é que uma coisa tão ridícula deu tudo isso. Estão falando muita mentira. Tudo é política”, disse, numa conversa em que também revelaria seu peculiar alinhamento ideológico. Apesar de ter se transformado em um símbolo anti-Trump nos Estados Unidos, no Brasil ela é fã de Bolsonaro, a quem diz admirar especialmente “pelo combate à violência”.
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Ela reconheceu que algumas ideias dos dois presidentes alinhados à direita “podem até bater”, mas destacou que Trump e Bolsonaro são “dois homens diferentes, de dois países totalmente diferentes”. Acredita que o Brasil precisa de Bolsonaro para enfrentar os altos índices de criminalidade, enquanto nos Estados Unidos “não existe esse problema”.