Brasil dividido + Briga das esposas + Briga territorial + Antes, a urgência
Antes, a urgência
A imagem do país na era Juscelino Kubitschek era confusa – acreditavam que a Amazônia era o Jardim Botânico do RJ, os brasileiros eram índios falando espanhol e a capital era Buenos Aires. No entanto, apesar desses absurdos, era uma apreciação positiva: os turistas tinham o Carnaval como objeto do desejo, o Brasil era quintal dos EUA e não parceiro da Rússia, com a qual o governo Dutra havia cortado relações em 1948.
A mídia norte-americana deu ao mundo a imagem do brasileiro como o Zé Carioca bonachão, pacífico, musical e esperto, muito diferente da distorção negativa da atualidade, que apresenta os brasileiros como assassinos urbanos de turistas e de índios, religiosos e jornalistas na floresta.
É importante ir às urnas com reflexão e maturidade, mas é também urgente vencer a polarização eleitoral, responsável por dividir o país em bandos que se excluem, e unir o Brasil em uma agenda mínima que comece pela limpeza da má imagem.
A limpeza requer faxina pesada e cirúrgica, baseada em um firme combate ao crime urbano e florestal para a proteção efetiva da Amazônia, de modo a atrair recursos para investimento em infraestrutura e desenvolvimento social, com pagamentos justos pelos serviços ambientais. O Brasil não pode continuar imóvel, arruinando-se em ano não eleitoral e vivendo de ilusões, casuísmos e gambiarras nos anos de eleição.
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Brasil dividido
Temos um Brasil politicamente dividido na polarização travada entre o atual presidente Jair Bolsonaro (PL-Rio de Janeiro) e Luís Inácio Lula da Silva (PT-SP). Na região Norte, predomina o bolsonarismo e o apoio do atual mandatário é disputado a dentadas pelos candidatos aos governos estaduais do Mato Groso, Rondônia, Acre e demais unidades da região. Já, no Nordeste, o dono da bola é Lula. Ficar contra o petista por lá significa perder eleitores e comprometer as candidaturas majoritárias nos estados. Lula tem ainda a supremacia em São Paulo, mas nos estados do Sul, Bolsonaro garante a pole position.
Em Rondônia
No que se refere ao pleito rondoniense dois candidatos disputam o apoio exclusivo do atual presidente. O candidato Marcos Rogério, que pertence ao mesmo partido do presidente, o PL, e o atual governador Marcos Rocha, do União Brasil, amigo do presidente desde os tempos de caserna. É provável que Bolsonaro não contrarie nenhum dos candidatos evitando se comprometer com uma só candidatura. Ao Senado a família Bolsonaro também está dividida, Flávio Bolsonaro está fechado com Mariana Carvalho (Progressistas-Porto Velho) e demais irmãos com Jayme Bagatolli (PL-Vilhena).
Briga das esposas
Em Cacoal, a progressista capital do café, temos uma disputa a Câmara dos Deputados envolvendo as esposas dos políticos mais expressivos. De um lado a primeira dama, esposa do prefeito Fúria (PSD), de outro a mulher do ex-deputado federal Nilton Capixaba (PTB). A atual deputada federal Jaqueline Cassol (PP) com domicilio eleitoral no município está fora da disputa, pleiteando uma cadeira ao Senado, com o apoio do mano, o ex-governador Ivo Cassol, a grande liderança rondoniense pós Teixeirão e que está impedido de disputar o CPA Rio Madeira.
Briga territorial
Os três clãs políticos regionais do Cone Sul entram em confronto por cadeiras a Câmara dos Deputados por Rondônia fragmentando um eleitorado com pouco mais de 100 mil eleitores, cuja região tão dividida pode gerar graves prejuízos a representatividade dos migrantes sulistas. Por parte do clã Donadon, a atual deputada estadual Rosangela dobra com a cunhada Rosani, ex-prefeita a federal. Do lado do clã Goebel, o deputado estadual Luizinho faz dobradinha com o sogro Evandro Padovani, do lado do clã Neiva, o atual deputado estadual Ezequiel Neiva faz dobradinha com seu filho Wivelando a federal.
Representatividade
A região sul do estado já teve mais representatividade em tempos idos. Já contou com governador, caso de Ângelo Angelim (nomeado) Senador, com Sartori assumindo como suplente e deputados federais como Arnaldo Lopes Martins e Natan Donadon. Desde a cassação de Natam, até hoje impedido de disputar cargos eletivos, Vilhena e região não conseguem mais eleger deputados federais. Padovani já bateu na trave no pleito passado e atualmente é o nome mais forte da região porque também conta com votos em outras regiões do estado, com redutos em Alvorada do Oeste, São Francisco, São Miguel e Costa Marques.
Via Direta
*** Em processo de transferência de mala e cuia para Vilhena, o prestigiado jornalista Nilton Salinas, ex-editor do Diário também vai se dedicar a atividade empresarial *** Assim que desembarcou no Cone Sul já recebeu convites para assessoria de políticos locais. Agora é só escolher *** Por falar em jornalismo, que falta faz para aos meios televisivos as ausências da competente Marindia Moura, a prestigiada Ana Lídia Daibes e a linda Yonara Werry. Lacunas impreenchíveis no telejornalismo rondoniense. Atualmente elas estão atuando em assessorias de imprensa *** E nada mais se falou sobre a reforma do Aluizão e da nova rodoviária de Porto Velho *** O MDB toca pesquisa em todo o estado para avaliar a dobradinha Confúcio ao governo e Valdir Raupp ou Amir Lando ao Senado.
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POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)
Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br