BEM PÚBLICO? CONTA OUTRA, PARENTE!!!

"Sempre procurei demonstrar, em minha trajetória na vida pública, que, acima de tudo, meu compromisso é com o bem público. Não tenho qualquer apego a cargos ou posições e não serei um empecilho para que essas alternativas sejam discutidas.”
O trecho, da carta de demissão de Pedro Parente, que deixa a Presidência da Petrobras surfando nas marolas da greve, mostra o perfil de um homem público de moral ilibada. Só acontece que ou o Parente é outro ou então a coisa não é bem assim.
Ele andou por Rondônia quando titular da Secretaria do Tesouro Nacional, cargo que ocupou antes de ser guindado à chefia da Casa Civil, no governo FHC. E ao partir recebeu, no aeroporto, uma encomenda, eu diria, substantiva, que o convenceu a permitir o adiamento da demissão de cinco mil servidores. 
A medida, uma exigência do governo federal para o reequilíbrio financeiro do estado e renegociação das dívidas, inclusive do Beron, saiu do colo de Raupp para aconchegar-se no regaço acolhedor de José Bianco.
O portador da argumentação contida naquela mala entregue no aeroporto era secretário adjunto da Fazenda, infelizmente já falecido. Mas outras pessoas conhecem a história. Sabem inclusive que aquela foi a primeira parcela e que as demais nunca chegaram, o que provocou sucessivos bloqueios retaliativos dos repasses federais para o estado.