Não há filme para ver no blog mais apropriado para estes tempos de gravíssima epidemia de paúra histérica e bem menos ameaçadora epidemia do novo coronavírus: Orgia da morte (d. Roger Corman, 1964) é um arraso!
Trata-se, disparado, do melhor dos oito filmes de terror gótico baseados em histórias de Edgar Allan Poe, que Roger Corman dirigiu entre 1960 e 1964, com Vincent Price como ator principal.
[Embora o remake de O Corvo na linha do terrir, com Price, Boris Karloff e Peter Lorre) também seja imperdível].
[Embora o remake de O Corvo na linha do terrir, com Price, Boris Karloff e Peter Lorre) também seja imperdível].
Mostra um príncipe vilanesco (Price) que se tranca no seu castelo tendo outros nobres como convidados, acreditando que assim manterá todos a salvo de peste da morte vermelha enquanto os camponeses, fora, morrem como moscas.
O roteiro costura habilmente situações de outros contos de Poe e há um virtuosismo estético raro nos filmes de Corman, que quase sempre se limitou a ser um competente artesão preocupado mesmo é com o resultado financeiro (produziu o colosso de 415 filmes e dirigiu 56). Recomendo enfaticamente!
Também para afastar a sinistrose atual, outra dica é o livro A peste (1947), de Albert Camus, um libelo à solidariedade humana no enfrentamento das grandes tragédias.
Serve também para mostrar o que é uma peste de verdade, ao invés dessa que nos assola, de baixa letalidade, que vai aporrinhar muito mas passará sem produzir danos terríveis (na Idade Média, epidemias chegavam a ceifar todos os habitantes da cidade).