ATÉ EPIDEMIAS SÃO PONTO DE PARTIDA PARA GRANDES FILMES (CASO DESTE AQUI!)

12 de março de 2020 280
Não há filme para ver no blog mais apropriado para estes tempos de gravíssima epidemia de paúra histérica e bem menos ameaçadora epidemia do novo coronavírus: Orgia da morte (d. Roger Corman, 1964) é um arraso!
 
Trata-se, disparado, do melhor dos oito filmes de terror gótico baseados em histórias de Edgar Allan Poe, que Roger Corman dirigiu entre 1960 e 1964, com Vincent Price como ator principal.

[Embora o remake de O Corvo na linha do terrir, com Price, Boris Karloff e Peter Lorre) também seja imperdível].
 
Mostra um príncipe vilanesco (Price) que se tranca no seu castelo tendo outros nobres como convidados, acreditando que assim manterá todos a salvo de peste da morte vermelha enquanto os camponeses, fora, morrem como moscas. 
O roteiro costura habilmente situações de outros contos de Poe e há um virtuosismo estético raro nos filmes de Corman, que quase sempre se limitou a ser um competente artesão preocupado mesmo é com o resultado financeiro (produziu o colosso de 415 filmes e dirigiu 56). Recomendo enfaticamente!
 
Também para afastar a sinistrose atual, outra dica é o livro A peste (1947), de Albert Camus, um libelo à solidariedade humana no enfrentamento das grandes tragédias. 
 
Serve também para mostrar o que é uma peste de verdade, ao invés dessa que nos assola, de baixa letalidade, que vai aporrinhar muito mas passará sem produzir danos terríveis (na Idade Média, epidemias chegavam a ceifar todos os habitantes da cidade).  
 
A VISÃO DEMOCRÁTICA (POR CELSO LUNGARETTI )