A RECICLAGEM DA ESPERTEZA: CÂMARA DE CUJUBIM CONTRATA EMPRESA ALVO DE OPERAÇÃO POLICIAL EM ARIQUEMES

26 de fevereiro de 2025 202

EITA QUE VELHA FUTRIQUEIRA FOI COMPARAR A CÂMARA DE VEREADORES DE CUJUBIM COM A RECICLAGEM DE LIXO. ISSO PODE ARNALDO.

Se existe um ditado popular que nunca falha na política brasileira, é o famoso "nada se cria, tudo se copia". E parece que a Câmara Municipal de Cujubim levou isso ao pé da letra ao contratar a empresa Digital Doc Assessoria e Consultoria Ltda, a mesma que foi alvo de uma operação policial na vizinha cidade de Ariquemes, onde seu então presidente, Renato Padeiro, também entrou na dança das investigações.

DELICIOSA COINCIDÊNCIA OU PURA AUDÁCIA?

A contratação da Digital Doc pela Câmara de Cujubim foi feita pela modalidade de inexigibilidade de licitação. Ou seja, o contrato foi firmado sem concorrência pública, sem cotações abertas e sem qualquer transparência. Para os amigos, tudo; para os contribuintes, a conta.

E o que a Câmara comprou? Inscrições para treinamentos e capacitação, ao valor de R$ 14.000,00, conforme a Nota de Empenho nº 70, assinada pelo presidente da Câmara, Haroldo Rodrigues Figueredo. Claro, nada mais importante do que capacitar os servidores — especialmente se a capacitação vier de uma empresa com um histórico tão, digamos, "notório".

DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS: ARIQUEMES X CUJUBIM

Em Ariquemes, a Digital Doc se tornou protagonista de um escândalo, onde foi investigada por suspeita de conluio com o vereador Renato Padeiro. Agora, em Cujubim, a empresa volta ao cenário, mostrando que, na política, o passado suspeito não é obstáculo, mas sim um diferencial competitivo.

Enquanto isso, vale lembrar que as práticas nada republicanas da gestão da Câmara de Ariquemes estão sendo alvo de uma auditoria por parte dos vereadores. Mas em Cujubim, ao que tudo indica, a única auditoria permitida é aquela que passa longe das contas públicas.

QUEM FISCALIZA O FISCALIZADOR?

A ironia é inevitável: uma Câmara Municipal, cuja principal função é fiscalizar o Executivo, parece precisar de uma lupa para enxergar a própria conduta. Afinal, gastar o dinheiro público com uma empresa investigada, sem licitação e com justificativas vagas, é uma prática que merece, no mínimo, uma investigação criteriosa.

Mas quem se importa, não é mesmo? No fim, o contribuinte paga a conta e aplaude o espetáculo. E, no teatro da política, o palco é sempre o mesmo, apenas os atores mudam.

Fonte: AOR OLIVEIRA
O QUE DA NOTICIA (AOR OLIVEIRA)