A reabertura da Estrada de Ferro Madeira Mamoré e conspirações políticas em Rondônia
Ter antes de vender
O presidente Lula da Silva é um estrategista e suas vitórias comprovam amplamente essa qualidade, baseada no talento para produzir propaganda de si mesmo e do governo. Ambos estão com dificuldades, mas o discurso é sempre animado e futurista.
Ao criar o Instituto Tecnológico de Aeronáutica no Ceará, o presidente disse que pretende “exportar conhecimento”. Não importa se o ITA-CE só virá após a reforma da Base Aérea de Fortaleza e se vai ser extensão do ITA de São Paulo: importa parecer presente o futuro no qual o Brasil esteja exportando conhecimento. Isso vale para a isenção do IR até R$ 5 mil, para os R$ 300 bilhões da política industrial e tudo o mais: o futuro é dado como realizado para funcionar como propaganda nas eleições. No entanto, é correto focar no conhecimento.
Não para exportar em quantidades abundantes e disponíveis, como soja ou petróleo, mas para adquirir. Um entrave à produtividade, o analfabetismo funcional foi piorado pela fábrica de especialistas em nada das redes sociais e enraivecido pelas bolhas “ideológicas”. Obter conhecimento é a grande tarefa desta hora, como fazem as lideranças de 62 povos indígenas da Amazônia ao participar do Curso sobre Mudanças Climáticas, Carbono e REDD+ para em seguida repassar os conteúdos às suas comunidades. Antes de exportar conhecimento preciso obtê-lo. Menos opinionismo arrogante e mais cursos úteis ajudam muito.
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Ganhando força
Ao contrário de Rondônia, onde o PSB tem perdido quadros, em outros estados o partido liderado nacionalmente pelo ex-vice-presidente Geraldo Alckmin tem ganhado força. Seja em Pernambuco com o legado do falecido governador Eduardo Campos, seja no Ceará onde o senador Cid Gomes e dezenas de prefeitos, deputados estaduais e federais ingressaram na legenda recentemente, o PSB vai tomando forma para aumentar o seu no úmero de governadores eleitos em 2026 e ter seu próprio presidenciável, Geraldo Alckmin com grande prestigio em São Paulo.
O bicho pegando
Uma nova tentativa do Ministério Público Eleitoral para cassar o mandato do governador Marcos Rocha e sua chapa completa volta a animar a oposição rondoniense. É que se acontecer efetivamente a cassação teremos eleições suplementares no Estado. Rocha já venceu as primeiras tentativas no TRE e seu escritório de advogados está atento as novas tentativas. Temos uma febre de cassações de governadores na região Norte: o governador de Roraima Antônio Denarium já foi cassado três vezes e pode deixar o poleiro de uma hora para outra. No Acre, o governador Gladson Cameli segue o mesmo caminho. Coincidência: todos são bolsonaristas.
Um acordo!
Depois de um acordo entre os entes envolvidos nas discussões para a inauguração das reformas da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, com a prefeitura de Porto Velho, Instituto do Patrimônio Histórico -IPHAN, Associação dos Ferroviários, eis que já existe uma nova previsão para a reabertura do complexo e fala-se em 60 dias para as festividades. Com tanto divisionismo, já tivemos vários adiamentos e não ficaria surpreso com mais algum, já que tudo por aqui se assemelha aos bolivianos, onde por qualquer coisa se fecha o porto na fronteira. Rogamos aos céus que agora tudo se resolva.
Centro histórico
A reabertura da Estrada de Ferro Madeira Mamoré é de grande importância para o setor turístico rondoniense e principalmente para reavivar o centro histórico de Porto Velho que vem definhando há uma década cuja principal avenida está com dezenas de estabelecimentos lojas, agencias bancarias fechadas e tomada pelos viciados em drogas, mendigos e marginais oportunistas. Diariamente as lojas do centro antigo são roubadas e depenadas e por isto, somada a crise econômica que assolou a capital depois da pandemia, grandes lojas de roupas e de eletrodomésticos já foram fechadas.
As conspirações
Conspirações políticas tem sido uma tradição em Rondônia desde os idos do Território Federal. Os governadores eram nomeados pelo governo federal e sempre escolhidos coronéis de outras regiões do País. A classe política rondoniense clamava pela indicação de governadores “minhocas”, da terra, mas tinha uma representação política diminuta – o território só contava com dois deputados federais no Congresso – e os políticos rondonienses não tinham força para as indicações. Uma época dura também para os prefeitos de Porto Velho tratados a pão e água e maltratados pelos coronéis-governadores. Este modus operandi vigorou até o início dos anos 80.
Via Direta
*** Manaus começou a distribuição dos carnês do IPTU seguindo o modelo de Porto Velho, com apenas 10 por cento de desconto para os contribuintes. Ocorre que a capital amazonense foi seriamente atingida pela estiagem e o próprio governo do estado se obrigou a um contingenciamento de recursos *** No Acre, uma notícia que pode servir de alerta: em Cruzeiro do Sul o Rio Juruá já passou da cota de alerta. Até pouco tempo o vizinho estado era alvo de uma estiagem histórica ***Na volta das atividades do Congresso Nacional, deputados federais e senadores definiram a questão das sainhas dos presidiários. A maioria dos parlamentares votaram contra o privilégio, devido as constantes reincidência dos apenados.
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POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)
Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br