A NOVA PESQUISA ELEITORAL E O DILEMA: COMO CRAVARMOS A ESTACA NO CORAÇÃO DO VAMPIRO?

26 de abril de 2018 704

A menos de seis meses do 1º turno das eleições 2018, o dilema persiste: como evitarmos o único desfecho possível mas inaceitável (por representar enorme retrocesso), qual seja a vitória do ultradireitista Jair Bolsonaro?
 
Tenho afirmado que é o poder econômico quem realmente manda no Brasil, cabendo ao presidente da República as funções cerimoniais e as decisões de menor relevância. A macroeconomia é terreno minado para os mandatários escolhidos nas urnas: são afastados, de um jeito ou de outro, se tentarem reduzir a escandalosa desigualdade econômica prevalecente no País desde sempre (não recuou um milímetro durante os governos petistas, ao contrário do martelado pela propaganda companheira).
 
Mas sob um Bolsonaro da vida, herdeiro espiritual da ditadura militar, essas questões de menor relevância podem tornar-se explosivas, pois tudo levar a crer que, para começar, ele tentará passar como um trator sobre a Justiça, os direitos civis e os direitos humanos.
...seja pelo picolé de chuchu...
 
Já afirmou, p. ex., que extraditaria imediatamente Cesare Battisti para a Itália, embora sua bravata seja irrealizável dentro da normalidade constitucional: o Supremo Tribunal Federal autorizou o ex-presidente Lula a dar a decisão final sobre o caso e, isto feito, seu plenário novamente apreciou o assunto e, em junho de 2011, por seis votos a três, confirmou o que Lula decidira, tornando o escritor italiano um residente legal no Brasil.
 
Portanto, na hipótese nefanda de Bolsonaro tornar-se presidente, ele poderia eventualmente determinar a expulsão de Battisti no Brasil, mas nunca extraditá-lo sem uma nova decisão do Supremo. 
 
Bolsonaro está, portanto, prometendo o que não tem condições de entregar, a menos que já esteja resolvido a violentar as prerrogativas de outro Poder.
 
O que nos dizem as pesquisas eleitorais, embora prematuras (o eleitorado só começará a escolher pra valer em quem votará depois da Copa do mundo e das férias escolares de julho), sobre a melhor forma de cravarmos a estaca no coração do vampiro?
...pelos messiânicos (des)unidos...
 
A última, divulgada nesta 3ª feira, 24, pelo Ibope, traz dois cenários inúteis, com a inclusão do nome do Lula, cuja candidatura será inevitavelmente barrada pela Justiça Eleitoral por haver se tornado um ficha suja. Seria um exercício de futilidade nos debruçarmos sobre eles.
 
Nos cenários que realmente contam, Bolsonaro lidera com 16% num deles e no outro tem 15%, empatando com Geraldo Alckmin. 
 
Alckmin, com 15% em ambos, é o adversário mais próximo de Bolsonaro.
 
Vêm em seguida Marina Silva (11% e 12%) e Joaquim Barbosa (9% e 10%).
 
Depois, Ciro Gomes (4% e 6%) e Fernando Haddad (3% e 3%).
...ou pelos herdeiros do espólio do Lula.
 
Noves fora, são eles os pretendentes ao Planalto mais fortes no momento: Bolsonaro, Alckmin, a chapa Marina/Barbosa e a chapa Ciro/Haddad. Os dois primeiros podendo vencer sozinhos, os outros quatro sem grandes chances se não formarem as ditas chapas (muito cogitadas mas ainda não decididas).
 
E toda a minha torcida é no sentido de que Alckmin, Marina, Barbosa, Ciro e Haddad, isoladamente ou em dupla no 1º turno, ou todos juntos no 2º turno, deem um fim à pretensão do Bolsonaro de fazer a roda da História girar para trás, levando-nos de volta aos sanguinários anos de chumbo
 
A VISÃO DEMOCRÁTICA (POR CELSO LUNGARETTI )