A morte do amigo Almir Canduri o Birula + Lenha na Fogueira e a PL 873/2020

24 de abril de 2020 387

Felizmente surgiu uma luz no final do túnel cultural. Ainda ontem, comentamos nessa coluna que os segmentos culturais estavam no Mato Sem Cachorro, por não terem a quem recorrer, já que com as recomendações do governo federal, não tinham de onde tirar, seus sustentos e de seus familiares.

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A boa notícia, chegou no decorrer do dia ontem, com a divulgação da aprovação pelo Senado Federal da PL 873/2020.

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A PL 873/2020, amplia para trabalhadores de várias áreas, o auxílio emergencial de R$ 600, incluindo artistas e profissionais da cultura, em meio à crise do novo corona vírus.

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O projeto prevê o uso de mecanismos de transferência de recursos através de cadastros nacionais já existentes, como os pontos e pontões de cultura e cadastros municipais e estaduais de cultura.

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O texto segue agora para aprovação da Presidência da República.

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A medida pode beneficiar até 1 milhão de pessoas, entre autores, artistas e técnicos em de espetáculos, que estão nestes cadastros.

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Os dados foram compilados pelo historiador Célio Turino, que é criador dos Pontos de Cultura e ex-secretário da cidadania cultural do extinto Ministério da Cultura.

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O levantamento foi feito a pedido da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), que articulou a inclusão dos cadastros no projeto apresentado pelos líderes da minoria e da oposição na Câmara, os deputados José Guimarães (PT) e André Figueiredo (PDT).

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Segundo a parlamentar, a inclusão desses mecanismos não só amplia o número de beneficiados, como acelera o pagamento pois, permite um alcance imediato aos inscritos nestes sistemas.

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Agora só nos resta ficar torcendo para o presidente Jair Bolsonaro sancionar a PL 873.

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No caso de Rondônia o problema, é saber como estão os nossos Pontos e Cultura. Acontece que desde quando a Ana de Holanda botou pra acabar com os Pontos de Cultura no Brasil deixando de repassar os recursos referentes a terceira parcela devida aos Pontos pelo governo federal, que em Rondônia a Coordenadoria deixou de funcionar.

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Isso ainda foi no governo de Confúcio Moura quando o superintendente era o Rodnei Paz. Na realidade a Coordenadoria dos Pontos de Cultura da Sejucel, parou de funcionar de verdade, quando o Rodnei exonerou o José Monteiro.

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Agora vamos ver como é que o Jobson vai fazer para informar ao governo federal como estão os Pontos de Cultura em Rondônia.

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O pessoal do artesanato com certeza não terá o problema que os artistas das setoriais de cultura terão. No caso dos artesãos a Wellida Sodré sabe das coisas e o PAB está de vento em popa.

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Porém nem só de Ponto de Cultura vive o movimento cultural, aliás, a maioria jamais pertenceu ou pertence a um Ponto de Cultura,

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Estou me referindo a comunidade cultura do estado de Rondônia.

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Para encerrar. Quero deixar minhas condolências à família do amigo Almir Canduri.

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Descansa em Paz Birula!

 

 
A morte do amigo Almir Canduri o Birula  + Lenha na Fogueira e a PL 873/2020 - Gente de Opinião

A morte do amigo Almir Canduri o Birula 

Na madrugada de ontem (quinta feira 23), perdemos um dos mais ferrenhos correligionários do MDB, o amigo Almir Canduri o Birula casado com a dona Maria Brito da Rocha a Nelci.

Nos conhecemos ainda criança, na taberna do seu Canduri na esquina da José de Alencar com a Dom Pedro II no bairro Caiari onde brincávamos embaixo das mangueiras existentes no quintal da casa muito bem cuidado pela dona Nenem esposa de Jovito Canduri.

Depois, quando foi criada a Loteria Esportiva, trabalhamos juntos no escritório do seu Cláudio Batista Feitosa na rua Barão do Rio Branco justamente registrando os jogos dos apostadores de Porto Velho e Guajará Mirim. Quando o Almir deixou o escritório do seu Cláudio se mudou para Guajará Mirim onde passou a dirigir o hotel Fenix a época, de propriedade do seu irmão Izanor. Depois, Almir passou a ser o proprietário do Hotel que transformou no ponto de referência dos portovelhense que visitavam a Pérola do Mamoré. A gente era tão amigo que eu ficava constrangido quando ia a trabalho a Guajará e dava preferência por ficar no Hotel Fenix pois o Almir não aceitava receber minhas diárias e nem de quem estivesse comigo, ha poucos anos, pernoitei no Hotel e quando me acordei no outro dia já era quase dez horas da manhã e assim que desci a escada o empregado encarregado do hotel me recebeu preocupado:

- Ainda bem que o senhor acordou, seu Almir está lhe esperando na sala da casa dele para tomar café com o senhor.

Ali sentamos e ficamos até perto do meio dia, com o Almir me contando os acontecimentos políticos da Pérola do Mamoré.

Há alguns anos o entrevistei e conheci muitos ‘causos’ pitorescos protagonizados pelo Almir.

Vamos reproduzir alguns:

Numa campanha política, fui assistir o comício dos adversários e o candidato Curió ao me ver, saiu-se com essa. ‘”Tem uma pessoa que está aqui, que mete o pau na secretária de educação por trás, eu não, quando tenho que meter o pau, meto pela frente’.

Quem é o Almir Canduri?

Almir Canduri – Nasci em Porto Velho em 1950 e depois vim pra Guajará-Mirim. Meu pai é o seu Jovito Canduri Pinheiro. Dos meus dez irmãos, só quem é Canduri sou eu, meu nome é Almir Canduri Pinheiro meus irmãos nenhum tinha o sobrenome Canduri, porém, todos nós éramos e somos conhecidos como Canduri. Hoje a história se repete, meu filho chama-se Fábio Rocha Pinheiro e minha filha Fernanda Rocha Pinheiro, entretanto são chamados de Fernanda Canduri e Fábio Canduri.

Minha  mulher chegou a se esconder debaixo da cama para não ser perturbada pelos cobradores. Teve um ano que o nosso Supermercado quando acabou a campanha, não tinha nada. Minha mulher me encontrou no outro dia da apuração, sentado em cima de uma caixa, com a mão no queixo olhando para as prateleiras totalmente vazias, eu dava tudo aos eleitores e eles não correspondiam nas urnas.

Os enterros que eu fazia entraram para a história do folclore político de Guajará-Mirim e do Brasil. Eu saí enterrando tudo quanto achava que não estava correto. Fazia umas passeatas com enterros simbólicos. Eu ia ao Mercado Municipal e avisava “os pés” inchados de que tal hora iria enterrar tal coisa ou pessoa. Comprava umas garrafas de cachaça e colocava dentro do caixão que era para a turma comparecer. Acontece que certa vez o morto era de verdade e foi então que o caldo entornou.

Zk – O que foi que aconteceu?

Almir Canduri – Numa dessas tinha morrido de fato um cidadão e a viúva veio comigo e pediu o carro para fazer o enterro. Acontece que no mesmo dia, estava programado o enterro da Ceron para as cinco horas da tarde. Ainda pedi ao motorista que não passasse pelo Boca Negra e nem pelo Mercado com o defunto de verdade, para evitar qualquer problema.

Foi mesmo que não pedir. Quando ele passou com o enterro verdadeiro pelo Boca Negra e pelo Mercado os “Pés inchado” começaram a soltar foguete, pei, pei, pei o foguete comendo no centro e o pior, foi que eles queriam porque queriam abrir o caixão pra tirar a cachaça, só que naquele caixão ia realmente um morto.

Com aquela confusão do abre-não-abre o caixão, a viúva já baixando o “cacete” nos “pé inchado”, foi então que o motorista correu no hotel onde eu estava e me avisou o que estava acontecendo. Cheguei lá estava à viúva segurando o caixão e a turma querendo abrir pra tirar a pinga.

Aí comecei a explicar: Esse aqui ainda não, nosso enterro é outro enterro, e os caras de cara cheia gritavam: Muito bem! Muito bem Canduri e soltavam foguete. Eles pegavam aqueles mangara de banana e tacavam em cima do caixão. “Filha da “p” libera nossa cachaça”. E eu gritava parem, parem e não tinha jeito. E a viúva já passando mal dizia: “Ai meu Deus, nunca imaginava que esse povo odiava tanto meu marido”. Tive que levar a viúva pro hospital no carro que estava o defunto. Quando chega o médico e vê o caixão diz: “Você ta brincando comigo, lugar de defunto não é no hospital não, é lá pro necrotério.

Doutor vou lhe explicar, mas ele não queria saber de explicação. Peguei o carro com o defunto e levei pros parentes enterrarem de verdade. Nessas alturas já estava anoitecendo. Teve o caso da candidata a vereadora.

A gente passava a campanha fazendo os comícios em cima de uma pick-up. Acontece que no último comício, alugamos dois caminhões colocamos uma aparelhagem de som e a candidata na hora do seu discurso falou assim: “Meus conterrâneos, estou muito emocionada e muito nervosa, hoje pela primeira vez estou fazendo esse comício com esse povo todo. Passei a campana todinha “TREPANDO” em cima de uma C-10 e hoje to “TREPANDO” em cima de um caminhão”.

Assim era o Almir Canduri o Birula. Descansa em paz amigo!

LENHA NA FOGUEIRA (ZEKATRACA)

Colaborador do Que Notícias, ZEKATRACA é titular da coluna Lenha na Fogueira no jornal Diário da Amazônia. E-mail: zekatracasantos@gmail.com